Dentro do processo de gestão de uma empresa, diversas ferramentas podem ser utilizadas para otimizar os resultados e mitigar os riscos, dentre elas, a governança corporativa.
Voltada para um formato de gerenciamento que fortalece interesses em comum e que sejam saudáveis para a empresa, essa forma governança vem ganhando cada vez mais adeptos, desde que começou a ser formulada no século passado.
Sabendo disso, elaboramos esse conteúdo para que você entenda o que é a governança corporativa, quais as suas principais vantagens, os pilares e as práticas que garantem o seu sucesso. Boa leitura!
O que é governança corporativa?
A governança corporativa é um conjunto de práticas que uma empresa realiza junto aos seus sócios, acionistas, diretores e demais stakeholders para alinhar os seus interesses com o da corporação, garantindo que o negócio atinja os seus objetivos.
Ao olharmos no dicionário, um dos significados da palavra governança é capacidade de ter o poder sobre alguma coisa.
Logo podemos entender também que a governança corporativa visa manter o poder sobre a corporação. Para entender o porquê da necessidade da inserção desse “poder”, a teoria do agente-principal foi formulada e divulgada.
Teoria do agente-principal
Escrita em 1976 por Jensen e Meckling, a teoria do agente-principal foi um dos embriões da governança corporativa, ela consistiu em um estudo que analisou empresas americanas e britânicas com o fim de entender quais eram os causadores das diferenças de interesses entre os diretores e os acionistas das marcas.
O que se descobriu, é que diretores, conselheiros e executivos contratados pelos acionistas e stakeholders para gerir a empresa acabavam “governando” em benefício próprio.
A visão desses colaboradores pendia para vantagens como maiores salários, mais poder e maior estabilidade, abandonando em partes os interesses da empresa.
Para evitar que isso acontecesse, os autores da pesquisa chegaram à conclusão de que as empresas deveriam investir em práticas que alinhassem e equilibrassem os objetivos, colocando sempre a empresa à frente.
Esse conjunto de práticas que levam ao equilíbrio é conhecido hoje como governança corporativa.
Vantagens da governança corporativa
Antes de conhecer os pilares da governança corporativa, confira quais as vantagens que a sua prática traz para as empresas que a aplicam.
Maior transparência
Logo mais você verá essa palavra novamente, mas, nesse caso, estamos nos referindo a empresa como um todo, seja em seu ambiente interno ou externo.
A governança corporativa garante que todo o público tenha mais informações sobre a maneira que a marca está atuando, agregando mais valor e possibilitando que acionistas encontrem informações capazes de gerar uma percepção positiva.
Evita o conflito de interesses e a corrupção
Como você viu na teoria do agente-principal, uma das vantagens da governança corporativa é o alinhamento de interesses, evitando o conflito deles e os equilibrando com aquilo que faz bem para a empresa.
Quando esses conflitos são negligenciados podem levar a problemas sérios, como a corrupção, que é um indício forte de falta de governança.
Promoção da estabilidade
Se você deseja ver sua empresa crescendo com estabilidade, mantenha a governança de forma corporativa.
Profissionais alinhados com a diretoria, e a diretoria alinhada com os stakeholders, mantém a empresa caminhando para um só caminho, o de crescimento, que beneficia a todos.
Menos sucessão aos riscos
As falhas na direção trazidas pela falta de governança deixam a empresa mais exposta a riscos do mercado.
Isso ocorre porque o gestor não está prestando atenção no caminho que a empresa deve seguir, logo, ele não observará também o que acontece ao redor da marca, podendo ser pego desprevenido por balanços do mercado.
Valorização da imagem da empresa
Com a aplicação dos princípios da governança corporativa, a imagem da empresa é beneficiada de maneira geral, gerando melhores resultados, como a já falada atração de novos investidores.
Inclusive, esse formato de governança exemplar pode ser utilizado em campanhas para o público interno e externo.
Princípios da governança corporativa
Agora que você já sabe o que é e quais são as principais vantagens, descubra quais são os 4 pilares da governança corporativa, descritos pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa:
Transparência
Novamente a transparência, essa palavra é uma das que mais representa a governança corporativa. Nesse local, como sendo o primeiro princípio da ferramenta, a transparência visa disponibilizar para todas as partes que formam a empresa dados sobre ela.
Isso significa que não apenas dados que estão ligados ao demonstrativo econômico financeiro, e que tem a sua divulgação obrigatória por lei ou regulamento, devem ser mostrados.
Tudo aquilo que pode incentivar os diretores a perceberem o valor do seu trabalho para a empresa deve ser divulgado, assim como os consumidores têm o direito de saber o que se passa dentro da marca e quais são os seus objetivos.
Equidade
Todos aqueles que fazem parte da empresa, desde os stakeholders, até os colaboradores, têm direito a um tratamento justo, sempre considerando os seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas que se relacionam com a sua ocupação.
Prestação de contas
O terceiro dentre os pilares da governança corporativa aponta que os gestores devem fornecer uma prestação de contas minuciosa e compreensível, assumindo a importância de seus cargos e se colocando à frente de possíveis erros que possam acontecer.
Esse pilar, junto às suas práticas que devem ser descritas em um documento, visa evitar que os acionistas sejam “passados para trás” por aqueles que têm a missão de conduzir a empresa.
Responsabilidade corporativa
Por fim, aqueles que fazem parte da governança devem assumir a sua responsabilidade em sempre guiar a empresa para caminhos positivos, priorizando as potencialidades da empresa – o seu diferencial competitivo, sejam eles de material ou capital humano.
Práticas de governança corporativa
Partindo para a implementação dos 4 pilares em práticas efetivas, confira 5 ações que a sua empresa pode implementar para garantir a governança corporativa:
Formação de um conselho administrativo
A primeira prática de governança corporativa a ser adotada por uma empresa que deseja recorrer à ferramenta deve ser a formação de um conselho administrativo, cuja função será assegurar os interesses dos sócios da empresa.
Esse conselho servirá como um elo que liga o restante da empresa, principalmente os seus gestores, aos sócios, garantindo que não haja desvio de função e que a marca siga o caminho que foi traçado em comum acordo.
O ideal é que esse conselho administrativo seja eleito pelos sócios e tenha um número de integrantes ímpares, garantindo o desempate em eventuais votações que eles tenham de se submeter.
Restrição de autonomia
Formado o conselho administrativo, eles devem possuir material para poder ser verificado, entre eles a restrição de autonomia.
Essa prática indica de maneira formal até que ponto os profissionais que ocupam cargos de gestão podem ir em suas decisões, apontando quais são as escolhas que eles estão autorizados a fazer.
Essa prática evita justamente a governança em causa própria, que, como já vimos, pode levar à corrupção.
Gestão de riscos
Existem riscos de diversas naturezas aos quais uma empresa está exposta, como:
- Financeiros;
- Operacionais;
- Legais;
- e ambientais.
Como a governança corporativa visa a transparência e o equilíbrio, esses riscos devem ser monitorados para que não se tornem um problema para a marca e evitem que a corporação alcance seus objetivos.
É importante lembrar que os riscos nem sempre são tangíveis, porém, podem ser mitigados através de uma gestão eficiente.
Por exemplo, casos como a pandemia da Covid-19 pegaram as empresas de surpresa, e a gestão corporativa entende que mesmo um risco como esse, que não pode ser monitorado, não precisa ser enfrentado com desespero.
Para isso é necessário que os ocupantes de cargo de diretoria saibam como agir em momentos de maré e contrária e que a empresa possua recursos para se manter em períodos difíceis.
Auditorias e monitoramento
As auditorias e o monitoramento certamente fazem parte das atribuições do conselho administrativo, porém, não apenas eles devem ficar de olho nessa prática.
É interessante que os próprios diretores realizem uma autoavaliação e apliquem auditorias nos setores que eles comandam, visando encontrar práticas que possam indicar o desvio de interesses.
Compliance
Governança corporativa e compliance são por vezes confundidos, mas, é importante deixar claro que eles não possuem o mesmo significado e, inclusive, o compliance pode ser tido como uma das práticas dentro da governança.
O compliance visa garantir que os profissionais de uma empresa estejam agindo de acordo com as suas normas e leis, enquanto a governança corporativa abrange mais do que isso, procurando melhorar a imagem da empresa e garantindo um ambiente interno integro e voltado para as suas metas.
Aprimore os seus processos de gestão empresarial
Como você viu, a governança corporativa é um importante processo para empresas que desejam crescer mantendo os seus alicerces sólidos e os seus objetivos alinhados com o dos diretores.
Se você deseja continuar aprimorando os seus processos de gestão empresarial, confira outros conteúdos como esse no blog da Oitchau.