Estar atento a gestão financeira de um negócio é ir muito além do que se preocupar apenas com o controle do fluxo de caixa. Estamos falando de ter um conhecimento muito maior do que somente se a empresa está tendo lucro. Na prática, o objetivo desse tipo de gestão é oferecer uma observação estratégica do comportamento das finanças de uma organização, para garantir que os investimentos feitos pela mesma sejam recompensadores e que as práticas administrativas se tornem mais eficazes.
Tendo isso em mente, neste artigo, vamos apontar qual é a importância de se investir em uma boa gestão das finanças nas empresas. Acompanhe!
Entendendo o que é gestão financeira
Em linhas mais simples, é possível resumir esse perfil de gestão como o ato de reunir evidências que auxiliem na tomada de decisões estratégicas. Seu foco é valorizar a empresa e melhorar o retorno econômico e financeiro com base em técnicas de administração de caixa e otimização da estrutura organizacional, contando sempre com o auxílio de ferramentas financeiras.
Neste sentido, o administrador precisa estar em profunda conexão com aquilo que vai investir, ou seja, em quê vai aplicar os recursos, e também sobre a forma como irá captá-los.
Além disso, uma gestão financeira estratégica não significa apenas lidar com quanto de dinheiro entra ou sai de uma empresa, mas administrá-la com a intenção de torná-la um sucesso — ou seja, atingir suas metas e objetivos e maximizar o seu valor ao longo do tempo.
No entanto, antes que uma empresa possa gerenciar-se estrategicamente, primeiro precisa definir esse objetivos com precisão, identificar e quantificar seus recursos disponíveis e potenciais e elaborar um plano específico para usar suas finanças e outros recursos de capital.
Ainda dentro deste contexto, o gerenciamento financeiro estratégico visa criar lucro para os negócios e garantir um retorno aceitável do investimento, o famoso ROI. A seguir, vamos explicar como isso pode ser feito.
Passo a passo para uma boa gestão financeira
1. Planejamento
- Defina objetivos com precisão;
- Identifique e quantifique os recursos disponíveis e potenciais;
- Escreva um plano financeiro comercial específico.
2. Orçamento
- Ajude a empresa a funcionar com eficiência por meio de uma boa gestão financeira e redução de desperdício;
- Identifique áreas que incorrem com mais custos operacionais ou excedem o custo orçado;
- Garanta liquidez suficiente para cobrir as despesas operacionais sem utilizar recursos externos;
- Descubra áreas nas quais o negócio pode investir ganhos para alcançar objetivos de forma mais eficaz.
3. Gerenciamento e avaliação de riscos
- Identifique, analise e mitigue a incerteza nas decisões de investimento;
- Avalie o potencial de exposição financeira; examine despesas de capital (CapEx) e políticas do local de trabalho.
- Empregue métricas de risco, como desvio padrão e estratégias de valor em risco (VaR).
4. Correção de problemas em andamento
- Colete e analise dados;
- Tome decisões financeiras consistentes;
- Acompanhe e analise a variação – ou seja, diferenças entre os resultados orçados e os reais;
- Identifique problemas e tome as ações corretivas apropriadas.
Atenção às etapas da gestão financeira
Um dos primeiros passos para estabelecer uma gestão financeira de qualidade é elaborar um planejamento orçamentário. Nesta fase, o administrador deve montar um plano de contas para apontar de maneira analítica onde, como, quanto e quando ocorrem movimentações de receitas e despesas. Na prática, a intenção é buscar um meio de ter total controle sobre as entradas e saídas de dinheiro.
Isso é o que costuma ser chamado de fluxo de caixa. O trabalho, aqui, é avaliar essa movimentação com critério. Para isso, duas ações são necessárias: a primeira é fazer uma previsão e trabalhar para que tudo aconteça conforme foi pensado. A segunda é acompanhar, e imediatamente fazer correções, caso algo não saia conforme o esperado.
Dessa maneira, ficará bem mais fácil ter controle sobre pagamentos e recebimentos, observando a pontualidade das contas, tratando das inadimplências com antecedência e evitando que problemas com as entradas e saídas se transformem em um desafio de difícil administração.
Esse trabalho vai abrir espaço à segunda etapa, que é o principal objetivo de qualquer empresa: o lucro. Para tanto, o ideal é elaborar a sua estrutura gerencial de resultados, que nada mais é do que uma tabela que lista as receitas totais, os custos fixos e variáveis, a margem de contribuição (diferença entre a receita e os custos variáveis totais) para visualizar exatamente o lucro ou o prejuízo da empresa de maneira analítica.
Organizar essa balança e fugir dos resultados negativos, contudo, é um esforço que, teoricamente, faz parte do passo seguinte da gestão, mas, na prática, deve existir desde o começo: a preocupação em deixar a sua empresa permanentemente competitiva. E isso será possível com uma política de estruturação do preço de venda baseada no conhecimento real dos seus custos de produção e das necessidades de lucratividade e cobertura dos custos e despesas. Ou seja, o seu preço deve ser o suficiente para pagar o que foi produzido, custear os recursos necessários à produção, sobrar e, assim, oferecer lucro.
E, por último, mesmo que não envolva diretamente os atributos financeiros, a satisfação dos clientes é o objetivo final de uma gestão qualificada. Porque é a percepção deles que vai revelar se os objetivos, políticas e estratégias estão sendo aplicados de maneira a atender às expectativas do seu público-alvo.
Portanto, uma gestão de finanças apropriada é aquela que planeja e executa de forma criteriosa todas as ações corporativas, sempre preocupada em garantir competitividade, lucro e crescimento. Ao mesmo tempo, é preciso fazer o gerenciamento de resultados em tempo real para permitir que os objetivos traçados não saiam do rumo certo.
Por que tomar decisões financeiras estratégicas é importante?
A diferença da gestão financeira e de uma administração centrada apenas na observação do fluxo de caixa é que, no primeiro caso, tudo é feito de modo preciso e calculado. Isso quer dizer que a preocupação em tomar decisões que gerem reflexos em longo prazo é muito maior.
Por exemplo, investir em trocar as lâmpadas fluorescentes do escritório por lâmpadas de led é uma decisão pontual, que até pode impactar levemente nos custos com energia elétrica, mas não faz parte de uma visão estratégica dos negócios. Por outro lado, optar por instalar a sua empresa em um imóvel próprio ou em um alugado, decidir qual banco é o melhor para o relacionamento e verificar a melhor maneira de fazer uma reserva de dinheiro para casos emergenciais são itens relevantes para a longevidade e a competitividade da empresa, pois acarretam em outros custos e em diferentes formas de planejar o dia a dia de trabalho.
Monitorar se os investimentos estão valendo a pena e criar valor para sua empresa também são duas ações que devem ser consideradas no trabalho de gestão. Isso porque são esses dois elementos que vão permitir o reconhecimento do desenvolvimento dos negócios e também vão atribuir mais valor ao seu produto. Consequentemente, é possível melhorar a margem de lucro e, assim, atuar para conquistar mais desenvolvimento.
Se tudo estiver sendo acompanhado, respeitando o planejamento, certamente esse crescimento e essa injeção de investimentos e expansão será bastante sólida, contribuindo para alcançar os objetivos traçados lá no início. Lembre-se: o importante é desenvolver ferramentas que permitam que você tome as decisões com tranquilidade, baseadas em fatos e com uma linha de chegada, lá no horizonte, bem determinada.