O real retorno do empregado à empresa, ou seja, o Employee Lifetime Value (ELTV) é um conceito que pode gerar muitos ganhos à sua empresa, pois visa alterar a política dela de forma a utilizar de melhor forma os colaboradores, diminuir a rotatividade e obter o máximo de aproveitamento das atividades.
Conheça abaixo, com maiores detalhes, o conceito e como ele pode ser colocado em prática pela sua empresa e quais as vantagens dele.
ELTV: Novo conceito está alterando a estrutura das empresas e dos setores de RH
O ELTV é traduzido livremente como “valor do tempo de vida do funcionário”. Ou seja, ele corresponde a uma forma de medir a importância de um colaborador dentro da empresa e também o retorno financeiro que ele gera à organização durante seu tempo de vínculo com ela.
O ELTV considera quatro passos ligados ao desenvolvimento do empregado dentro da empresa, a saber: contratação (começo), contribuição total (após a integração completa), decisão de saída e saída efetiva (último dia). Isso porque ele considera que a trajetória do colaborador se resume nesses quatro momentos.
1. Começo
Essa corresponde à primeira etapa, ou seja, aos resultados trazidos pelo colaborador de início, logo após a sua contratação.
Nessa fase, considera-se que o resultado do colaborador é, geralmente, negativo, o que se deve ao período de adaptação na empresa, uma vez que ele ainda está conhecendo o modus operandi empresarial, bem como suas atividades e parceiros de trabalho, além de outras questões importantes.
O resultado negativo ou nulo de início, portanto, é tratado com normalidade. Por outro lado, a empresa já obteve gastos em razão desse novo colaborador, pois seu recrutamento, seleção e treinamento demandam despesas.
2. Integração completa
A segunda fase relacionada à estadia de um empregado dentro de uma mesma empresa diz respeito à pós-adaptação do empregado. Nesse momento ele já possui conhecimento tanto sobre a organização quanto às suas atividades e também sobre o que é esperado dele.
Superada a adaptação, inicia-se a fase em que o colaborador já está efetivamente cumprindo com o seu papel dentro da empresa e, consequentemente, aos resultados dela.
Considera-se que nessa fase o colaborador se encontra em plena produção, época em que sua lucratividade à empresa se maximiza.
3. Decisão de saída
A terceira fase diz respeito à decisão de saída de um colaborador de uma empresa para adentrar em outra ou para se aventurar no mercado de trabalho ou mesmo abrindo seu próprio negócio.
Isso é natural ao longo da sua trajetória. Isso, contudo, depende do clima organizacional da empresa. Também, está atrelado ao desenvolvimento de políticas internas relacionadas à captação e manutenção de pessoal, com a construção de um capital interno que é traduzido pelos empregados que lhe prestam serviços.
O que vale ressaltar, é que a partir do momento no qual o empregado passa a considerar seu desligamento da empresa ou toma, efetivamente, a decisão de sair, sua produtividade e motivação tendem a começar a baixar.
Ou seja, sua lucratividade e produção perante a empresa atingem números menores do que na fase anterior.
4. Último dia: saída efetiva
Essa é a última etapa relacionada à vivência do empregado dentro da empresa, de forma que seu resultado, nesse momento, é zero.
Como calcular o ELTV?
O cálculo do ELTV é extremamente importante, pode se mostrar desafiador diante do fato de que a mensuração de algumas qualidades se mostra complexa.
Primeiramente, existem alguns setores cujo cálculo da produção e valor do empregado que o compõe é mais fácil. Dentre eles está, por exemplo, o setor de vendas, cuja mensuração pode ocorrer por meio da análise do número de transações alcançadas pelo colaborador em favor da empresa.
Por outro lado, como mensurar o trabalho de empregados que trabalham em setores cujas decisões, apesar de importantes, não podem ser analisadas com números mais simples como os de vendas? Imagine a análise da produtividade de setores de RH, por exemplo, ou mesmo de um setor jurídico.
Para auxiliar nesse sentido, existem alguns fatores que precisam ser considerados ao calcular o ELTV, alguns aparentemente simples e outros, em um primeiro momento, risíveis que, por outro lado, possuem grande valor. Dentre eles é possível citar:
- Entusiasmo do profissional ao mencionar a empresa externamente: nesse viés, imagine um funcionário que é flagrado falando mal da organização da qual ele faz parte em redes sociais e, por outro lado, um colaborador que se refira a elas em redes como o LinkedIn de forma a ressaltar sua importância. Ora, não é difícil saber qual é o mais engajado, certo?
- Motivação para trabalhar em equipe e fomentar um ambiente saudável: é possível analisar equipe a equipe quais são os funcionários que evitam conflitos ou, ainda, que participam de modo educado ou não, respeitando a diversidade. Também, a adaptação às regras da empresa, como respeito aos horários e às políticas internas também faz parte desse aspecto;
- Potencial criativo para inovações que vão gerar novos produtos: também é possível analisar os colaboradores, dentro do ELTV, de acordo com a atuação prática diária. Assim, podemos ver quem trabalha de forma mecânica e quem traz idéias inovadoras ou mesmo levanta questionamentos e discussões que podem levar ao desenvolvimento de novas teses, produtos e serviços;
- Integração em programas de desenvolvimento: muitas empresas oferecem cursos para maior desenvolvimento de seus empregados, principalmente de forma não obrigatória. Diante disso, é possível mensurar o valor dos empregados com a análise da adesão ou não aos programas.
Note que a grande maioria dos itens depende de fatores de comparação. Isso porque não é possível dizer se um empregado é mais ou menos engajado quando outros não estão sob a análise. Assim, é possível estabelecer valores para fins de comparação.
Para o último item, sobre integração, por exemplo, é possível considerar, nesse aspecto, valor 0 para quem não participa de qualquer curso. Por outro lado, estabelecer notas para cada curso realizado ou para aqueles mais importantes.
Quais são os benefícios do ELTV?
Inegavelmente, são diversos os benefícios trazidos pela implementação empresarial dos preceitos do Employee Lifetime Value.
Em primeiro lugar, é possível citar o fato de que a empresa poderá ter uma visão clara de quais são os tipos de colaboradores que mais lhe interessa, ou seja, que mais têm valor dentro dessa organização.
Aliás, esses dados que por algum motivo deram maiores notas de avaliação do ELTV a alguns empregados podem ser utilizados para desenvolver uma clara cultura empresarial e para incentivar a valorização de pessoal.
Outro fator benéfico se ilustra na obtenção, pela empresa, da consciência de seu papel sobre o desenvolvimento pessoal do empregado.
Saber o que sua empresa valoriza pode levar aos empregados a se esforçar mais para obter tais qualidades. Dessa maneira, a produtividade tende a melhorar, bem como a transparência na relação entre empregado e organização empresarial.
Atrelar essa política de ELTV aos feedbacks e conversas periódicas é essencial. Finalmente, uma das grandes vantagens e fatores que tornam o ELTV tão importante está ilustrada pela retenção de talentos.
A retenção de talentos nada mais é do que não só a contratação de bons colaboradores, mas também investimentos no sentido de manter estes trabalhadores vinculados à empresa.
Assim, o ELTV também possibilita a comunicação mais eficaz e horizontal e, também, o desenvolvimento de líderes que de relacionem melhor com os membros de suas equipes.
Outras possibilidades são o fomento da cultura interna da empresa e de suas políticas próprias. Ainda, o próprio processo de contratação se torna mais efetivo, eis que a empresa possui conhecimento prévio do que possui mais valor aos seus olhos.
Portanto, conclui-se que o ELTV é uma ótima ferramenta para o aprimoramento da experiência do profissional durante toda a sua estadia na empresa. Por outro lado, para esta há a garantia de maior lucratividade e produção.
Veja também: Inclusão social: a importância de trabalhar o tema na empresa
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