Capital intelectual

Capital intelectual e a sua relevância nas empresas

O capital intelectual de uma empresa representa todo o seu ativo humano. Na prática, isso inclui o conhecimento dos colaboradores e parceiros que levam o negócio à frente, bem como o relacionamento da organização dentro da comunidade na qual ela está inserida. 

Diferentemente de um ativo financeiro, por exemplo, esse é um medidor difícil de ser quantificado com precisão. Por esse motivo é ainda mais difícil convencer às pessoas de que essa é uma questão tão importante quanto o valor que aparece no faturamento da empresa.

A maior parte desse ativo reside na cabeça das pessoas. Um dos objetivos da captura de conhecimento é alcançar e incentivar as pessoas a compartilharem.

O conhecimento, as idéias, a confiança na capacidade de gestão e o nível de inovação são ativos intangíveis. Eles devem ser geridos para resultar em vantagem competitiva e lucratividade para as empresas.

Neste artigo vamos entender o porquê. Acompanhe!

O que é capital intelectual?

Antes de tentar mensurar esse indicador para usá-lo como um diferencial, é necessário compreender o que está envolvido nele. O gerenciamento do capital intelectual visa maximizar o valor da empresa e a utilização do seu potencial conhecimento total. 

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Basicamente, esse capital engloba três componentes principais.

Capital humano

É o conjunto de todo recurso humano, habilidade e conhecimento gerado pelos colaboradores e parceiros, como já citamos mais acima, para contribuir com o negócio.

Capital estrutural

Tudo o que dá suporte ao capital humano. Também conhecido como capital organizacional, refere-se ao valor das ferramentas internas da empresa que servem para facilitar o funcionamento dos negócios.

Planilhas, sistemas de contabilidade e controle de qualidade, programas de treinamento dos colaboradores, dentre outros. Esse item inclui segredos comerciais, direitos autorais e marcas registradas, valor de mercado e outras propriedades intelectuais.

Capital relacional

Esse indicador mede o nível de relacionamento com clientes, fornecedores, acionistas, agências reguladoras governamentais, etc. Pode até incluir a percepção do público à imagem da empresa.

Capital intelectual x Capital humano

Como vimos acima, existem vários tipos de capitais que as empresas possuem e que se relacionam com os seus colaboradores. A maior confusão, inclusive, refere-se à diferenciação entre o capital intelectual e o humano.

Quanto a isso, veja o que diz o professor João Paulo Cavalcante Lima, consultor financeiro do Sebrae e especialista em gestão:

Existe uma confusão muito grande relacionando Capital Intelectual ao ativo humano. As pessoas às vezes se referem dentro da empresa, como se o ativo humano fosse igual ao capital intelectual, no entanto o capital intelectual tem um conceito muito mais abrangente que ativo humano, o ativo humano é apenas uma das vertentes que compõem o capital intelectual das empresas. O capital intelectual é um ativo intangível que gera vantagem competitiva nas organizações, é composto por ativos do conhecimento. E tem algumas vertentes, então tem ativos financeiros, ativos de infraestrutura, ativos de mercado e o ativo humano, veja que o ativo humano é apenas um dos componentes do Capital Intelectual, no entanto, ele é o componente principal, como se ele fosse mola propulsora do desenvolvimento do capital intelectual dentro das organizações”.

A importância da implementação de processos de capital intelectual

O valor que a empresa recebe ao incentivar a elaboração de um repositório de conhecimento é inestimável. Esse celeiro de informações pode gerar oportunidades de colaboração, comunicação e muitas conexões importantes para o negócio.

Além de claro, garantir que toda base de conhecimento corporativa seja fluida, de acordo com o necessário para se ter resultados consistentes em relação a construção de capital intelectual.

Um dos maiores desafios das organizações é, sem dúvidas, desenhar um processo no qual os colaboradores possam compartilhar todo o seu conhecimento individual acumulado sobre seu trabalho ao longo do tempo.

Neste quesito entram os processos de negócios, os dados que deram suporte a possíveis dúvidas. Enfim, todo o conhecimento de como efetivamente fazer as coisas acontecerem e a percepção do que funciona ou não.

Infelizmente, na maioria das situações, esses profissionais não têm meios (ou incentivo) para compartilhar seus conhecimentos. Ou seja, ativos tão úteis acabam não sendo  capturados, transferidos ou disponibilizados a outras pessoas. 

Ao olhar para o mercado, podemos identificar como essa situação é corriqueira nas empresas e como isso pode ser potencialmente prejudicial com o passar do tempo.

Participação do Recursos Humanos

Muitos profissionais de RH, por exemplo, enfrentam um grande desafio para conseguir armazenar informações sobre:

  • Qual é o nível de conhecimento básico do trabalho de todos os colaboradores, suas experiências e seus principais conjuntos de habilidades;
  • Como desenvolver treinamentos que podem realmente úteis para aperfeiçoar os processos internos da empresa;
  • Se os sistemas de análise de desempenho são baseados em métricas significativas;
  • Se o desenvolvimento de sistemas eficazes de planejamento de sucessão;
  • Como desenvolver programas de liderança e desenvolvimento de lideranças meritocráticos.

Neste sentido, podemos ter evidente que o reconhecimento bem sucedido desse capital intelectual depende, portanto, de muitos fatores, porém o principal deles é a participação ativa dos Recursos Humanos e suas lideranças.

As empresas multinacionais, por exemplo, têm um requisito ainda mais exigente para capturar e entender o capital intelectual, dadas as diferenças de idioma, cultura, fuso horário e todas as outras formas de requisitos de comunicação.

Como maximizar esse ativo na sua empresa?

Em tempos de avanço tecnológico constante, muito se fala sobre o desenvolvimento de ferramentas cada vez mais sofisticadas. Ferramentas como inteligências artificiais (IAs) e softwares que facilitam o nosso cotidiano profissional.

Todo esse movimento vai moldando o nosso relacionamento interpessoal, e transformando, também, o ambiente de trabalho como conhecemos. 

Neste contexto, em meio a tanta tecnologia e novas formas de lidar com o negócio, fica mais claro a importância das empresas entenderem que o seu valor está no que as pessoas são capazes de produzir.

Em relação a esse ponto é válido ressaltar, inclusive, que a mesma “roupagem” não funciona. O que uma empresa considera julga como relevante, pode não ser a fórmula para outra quando se fala em capital intelectual. Não é um processo único para todos.

Essa diversidade pode (e deve!) ser usada na construção de uma rede de conhecimento sólida. Deve maximizar a produtividade, os lucros e o valor do que significa trabalhar para um mesmo objetivo. 

No entanto, independentemente da natureza da empresa ou de sua organização estrutural, o processo de desenvolvimento do capital intelectual normalmente envolve um trabalho árduo, coletivo e que integra várias áreas.

Processos

  • Avaliação e catalogação dos vários tipos e fontes de conhecimento dentro da empresa para determinar o que deve ser atualizado e, por fim, compartilhado;
  • Proteção da propriedade intelectual por meio do registro de marcas e direitos autorais. Bem como de práticas e procedimentos para manter em sigilo outras informações e dados sensíveis;
  • Otimização do processo de recrutamento e seleção da empresa. Aqui é válido criar estratégias criativas que visam a atração dos melhores profissionais do mercado, que com certeza agregarão valor positivo ao capital intelectual;
  • Desenvolvimento de políticas internas para criar e manter uma boa comunicação e relacionamento com clientes, fornecedores, autoridades e investidores.

Também é extremamente importante investir no treinamento e desenvolvimento constante dos talentos que já fazem parte da corporação. Para promover essa  conexão e colaboração é essencial oferecer uma estrutura bem pensada, para que os colaboradores possam compartilhar conhecimento.

Além disso, é papel das lideranças identificar e reunir os melhores talentos. Assim podem garantir que essas pessoas sejam multiplicadoras da cultura humanizada e inovadora da empresa.

Como melhorar o processo seletivo a fim de valorizar o capital intelectual da empresa?

Como vimos acima, o capital humano é uma das bases do capital intelectual. Afinal, os conhecimentos que os seus colaboradores possuem são usados em favor da empresa e a valorizam. Dessa forma, melhorar o processo seletivo é crucial.

E como fazê-lo? Separamos algumas dicas que são indispensáveis. Com elas, você pode tornar a sua empresa uma organização ainda mais forte e com ótima imagem perante o mercado.

Atraia novos talentos

Para que o seu processo seletivo melhore é indispensável atrair novos talentos. Para isso, então, divulgue sua empresa e suas vagas. Da mesma forma, faça uso do networking dos seus colaboradores.

Esteja presente em redes sociais e crie links de inscrição. Ainda, não deixe de esclarecer dados sobre as vagas em aberto. Igualmente, pense em como divulgar sua vaga de modo criativo e atraente.

Por exemplo, não siga as limitações e engessamento que as empresas geralmente aplicam. Especialmente agora que a geração Z está entrando no mercado de trabalho. Demonstre como pode ser incrível trabalhar na sua empresa e como a vaga é interessante.

Use a tecnologia em favor do seu processo

Em segundo lugar, não deixe de usar a tecnologia em seu favor. Primeiramente, para analisar os currículos dos candidatos que se interessaram pela vaga. Com isso, você pode focar em critérios objetivos e dispensar os subjetivos.

A máquina, considere, não tem os julgamentos que a mente humana pode apresentar mesmo que subconscientemente. Ela faz a seleção de acordo com os dados que lhe foram concedidos sobre o que é importante para a vaga em aberto. 

Com isso, por exemplo, você pode buscar aspectos e habilidades específicas com uso de um aplicativo de processo seletivo.

Tenha um banco de dados de possíveis novos talentos

Por fim, tenha um banco de dados de talentos. Deixe no site corporativo, à disposição,  uma aba para demonstração de interesse para trabalhar na sua empresa. Com isso, você pode receber interessantes candidaturas para vagas futuras.

Ainda, classifique os currículos e candidaturas de acordo com os conhecimentos e destaques específicos de cada um. Dessa maneira, torna-se mais fácil trazer novas sabedorias e experiências de acordo com o que a empresa realmente precisa.

Invista, também, nos colaboradores e na capacitação interna

Como o capital intelectual também é constituído pelas pessoas que compõem a sua empresa, uma forma de investir nele é promover a capacitação interna de seus colaboradores.

A capacitação interna é proporcionada e promovida pela própria empresa. Para isso, o empregador coloca à disposição do empregado ferramentas como treinamentos e materiais específicos que possam auxiliar no seu desenvolvimento profissional.

Uma das grandes vantagens dela é que evita a rotatividade, ou seja, o alto número de dispensas e contratações.

Essa rotatividade, por sua vez, pode causar diversos prejuízos ao empregador. Dentre eles, está a necessidade de encarregar um empregado de avaliar e contratar novos colaboradores, assim como de ambientar o novo trabalhador.

Dessa forma, ao capacitar um funcionário que já esteja dentro da sua empresa e que apresente um bom trabalho (mesmo que ainda não esteja no nível desejado por você), é possível diminuir a rotatividade e valorizar os colaboradores que já o acompanham e conhecem suas operações.

Além disso, a capacitação interna no processo de investimento no capital intelectual de sua empresa também pode ser aplicada para a busca de talentos profissionais não apenas fora da empresa, mas também internamente.

Dessa forma, ao invés de buscar profissionais que já entendam perfeitamente do assunto e cheguem prontos para desenvolver as atividades da empresa, considere procurar por um talento que já esteja presente dentro de suas operações e, dessa forma, treiná-lo para exercer sua função (ou outra função) com mais qualidade.

Ainda, esse processo interno pode auxiliar no capital intelectual da empresa ao motivar os colaboradores. Isso porque a capacitação tende a fazer com que os funcionários se sintam valorizados, pois há claro investimento, sobre eles, da empresa.

Por fim, esse tipo de capacitação também auxilia no capital intelectual da empresa ao apresentar considerável melhora da competitividade do trabalhador e, consequentemente, da equipe e da sua empresa.

Porém, como aplicar essa ferramenta para fins de aumento do capital intelectual da sua empresa?

Há algumas formas consideravelmente fáceis e simples de fazê-lo, contudo, há necessidade de investimento financeiro ou, ainda, busca de parcerias com instituições de ensino, por exemplo.

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É possível que sua empresa ofereça cursos diversos que incluem desde a graduação quanto a especialização e, ainda, cursos de línguas, informática, oratória, entre outros. A empresa, dessa forma, pode optar por oferecer de forma completamente gratuita esses elementos ou, ainda, em custear parcialmente.

Dessa forma é possível aumentar o capital intelectual da sua empresa, fazendo uso dos profissionais que já prestam serviços ali, valorizando-os e despertando o máximo da sua capacidade.

Formas modernas e práticas de investimento no capital intelectual

O investimento no capital intelectual da sua empresa é essencial para o aumento do sucesso de suas operações e no aumento da produtividade.

Para que seja possível, existem algumas técnicas modernas que são de grande ajuda e que demonstram aos colaboradores o valor dele dentro da instituição e, de quebra, evita sua evasão da instituição e necessidade de realização de novos processos seletivos e desgastantes.

Confira algumas dessas formas.

1.      Bolsas de estudos

Auxiliar no custeio de cursos e especializações pelos empregados é uma importante forma da empresa investir no capital intelectual interno.

Essas bolsas podem ser integrais ou parciais ou corresponder a aulas e treinamentos dados internamente na empresa, pelos próprios colaboradores que podem compartilhar seus conhecimentos com os colegas.

O investimento na especialização do trabalhador é benéfico à empresa na medida em que esse colaborador pode trazer os novos conhecimentos para dentro da instituição e, assim, colocar em prática os ensinamentos absorvidos.

2.      Plano de carreira

Outra maneira de aumentar o engajamento dos empregados e investir no capital intelectual da sua empresa é por meio do desenvolvimento de um plano de carreira.

Ele nada mais é do que o estabelecimento de fases dentro da empresa, ou seja, de passos pelos quais o empregado deve passar no seu caminho dentro da instituição.

Assim é possível que o trabalhador saiba desde logo o que é exigido dele para que haja seu crescimento interno e alcance de melhores condições salariais e de posicionamento hierárquico.

A importância do plano de carreira para o capital intelectual é gigantesca. Primeiramente porque estabelece formas justas e igualitárias para a promoção dos colaboradores.

Em segundo lugar por demonstrar ao trabalhador que é possível que ele alcance melhores condições e o que é necessário para isso.

3.      Inove nos benefícios pagos aos funcionários

O capital intelectual está intimamente relacionado à contenção de talentos, ou seja, às práticas que evitam a evasão dos colaboradores da empresa. Isso é possível por meio do oferecimento de benefícios que vão além daqueles tradicionalmente oferecidos.

O vale alimentação, seguro de vida e plano de saúde passam a ser comuns nessa lógica e não mais diferenciais.

Por outro lado, é possível que a empresa invista no custeio de programas culturais (como um vale cultura que possa ser utilizado para compras de ingressos de shows e espetáculos, assim como ingressos de museus), prêmios pelo cumprimento e alcance de metas e verbas como décimo quarto salário.

4.      Flexibilização

Nossa última dica relacionada ao investimento no capital intelectual da empresa que por sua vez está atrelado à contenção de talentos é a flexibilização das relações.

Essa flexibilização pode ser ilustrada pela possibilidade de prestação de trabalho em home Office ou quanto aos horários laborados, mantendo-se o foco na produção do funcionário, muito mais importante do que o tempo em que ele se encontra disponível à empresa.

Veja também: Controle de ponto para pequenas empresas

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