RH Trends

Entrevista: Danillo Vicente, Coordenador de Gestão de Pessoas

“Prezo por discurso e atitude. Os dois devem caminhar juntos. Se não caminharem, nenhum funciona.”

Formado em administração, com MBA em gestão empresarial e mestre em meio ambiente  e desenvolvimento regional, Danillo já conta com mais de 20 anos de jornada profissional, atuando sempre nas áreas de RH e DP.

Danillo Vicente

Com uma grande bagagem profissional, Danillo Vicente já vivenciou a gestão em diferentes setores, desde a área da saúde, atuando na equipe de DP de um grande hospital, até empresas de transporte. Hoje, Danillo é coordenador de gestão de pessoas da promotora de crédito Bevi Oficial

O que te motivou a escolher a área de RH? 

Eu costumo dizer que não fui eu quem escolheu a área de RH, foi o RH que me escolheu. Tudo começou na faculdade, quando tive a oportunidade de fazer um estágio no departamento pessoal de um hospital, graças a um professor que era gestor de RH em uma universidade aqui na minha cidade. 

Sou muito grato a ele até hoje por essa chance. A partir desse estágio, fui me envolvendo, gostando da área e as coisas foram acontecendo naturalmente. Então, não foi algo planejado, mas sim uma evolução que me trouxe até aqui, trabalhando em RH desde então.

Qual foi o seu maior desafio no RH? 

Destaco dois momentos desafiadores na minha carreira em RH. O primeiro foi quando, após oito meses de estágio, fui efetivado em um hospital com mais de 2 mil funcionários, abrangendo todos os níveis de profissionais. 

Sendo muito jovem e inexperiente, tive que aprender a lidar com a diversidade de perfis e estilos profissionais. Foi um grande teste de resiliência e adaptação para ver se realmente estava preparado para a área de gestão de pessoas.

O segundo desafio veio quando saí do hospital, onde permaneci por sete anos e meio, para assumir um cargo de supervisor em uma empresa de transporte coletivo. Esse setor é bastante fechado, com muitos profissionais de longa data. 

Iniciei com 24 para 25 anos e tive que quebrar barreiras, introduzindo uma gestão mais humanizada em um ambiente com uma cultura tradicional e enraizada. Esses dois momentos foram os mais desafiadores da minha trajetória profissional.

No primeiro desafio, você destacou a diversidade de perfis dentro de um hospital, onde há pessoas com diferentes níveis de comunicação e conhecimento. Como foi adaptar a gestão a essa variedade de profissionais e estilos?

No hospital, apesar de tratar todos de forma igual, a abordagem muda conforme o perfil da pessoa. A comunicação e a maneira de lidar com um assistente de limpeza, por exemplo, é diferente da abordagem com um médico. Além disso, no ambiente hospitalar, há um aspecto humano muito forte, já que os profissionais enfrentam situações intensas e, ao mesmo tempo, precisam resolver questões burocráticas. 

Como você percebe que o RH mudou desde o início da sua carreira? 

Eu percebo que a questão da humanização nas empresas evoluiu muito, especialmente após a pandemia. Antes, isso estava avançando em um ritmo mais lento, mas, depois da pandemia, acelerou de forma incrível. A valorização do fator humano ganhou muito mais destaque. Além disso, noto que a nova geração que está entrando no mercado de trabalho tem um perfil diferente.

 Eles buscam sim uma boa remuneração e crescimento na carreira, mas priorizam muito mais o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Essa geração quer ter tempo de qualidade com amigos, família e consigo mesma, e não está mais disposta a “dar a vida pela empresa” como se fazia antigamente. Se as empresas e os gestores de RH não estiverem preparados para acolher essa nova mentalidade, vão ficar para trás.

O que você orienta para manter e moldar a cultura nas empresas? 

Prezo por discurso e atitude. Os dois devem caminhar juntos. Se não caminharem, nenhum funciona. Para construir uma cultura organizacional forte, é preciso trabalhar nisso todos os dias. Não é uma ação esporádica que vai formar uma cultura empresarial, mas sim pequenas ações diárias, como treinamentos, iniciativas de marketing e RH, que, quando alinhadas ao discurso, criam um ambiente coerente e claro para todos. 

Assim como na educação de uma criança, em que o exemplo diário é fundamental, no ambiente corporativo também é necessário praticar o que se fala, garantindo que o discurso e a atitude estejam sempre em sintonia.

Como você percebe a diversidade dentro das empresas? 

No meu primeiro trabalho no hospital, aprendi que cada pessoa, independente de sua função, é essencial para o funcionamento da organização, desde o cirurgião até a pessoa que prepara a sala de cirurgia ou a cozinheira. Essa experiência me mostrou a diversidade existente, seja de estilos de vida, escolhas sexuais ou outras diferenças.

No ambiente organizacional, cada indivíduo está lá para entregar o melhor de si, e o gestor de RH precisa estar preparado para lidar com essa diversidade, que sempre existiu e sempre existirá. No hospital, a diversidade era evidente, e todos precisavam trabalhar juntos em harmonia para o bem maior da organização e a conquista de seus objetivos individuais.

Qual conselho você daria para uma pessoa que está começando na carreira?

Primeiro, estude. Busque conhecimento, faça uma faculdade. Faça cursos técnicos, aprenda idiomas, continue estudando. O segundo ponto é identificar se você realmente gosta de lidar com pessoas, porque não é fácil. 

Trabalhar com pessoas pode ser estressante, mas também é muito gratificante, já que você tem a oportunidade de impactar positivamente a vida delas. No RH, não mudamos apenas o lado profissional, mas também o pessoal das pessoas. Para quem está começando na área, eu recomendo identificar se é isso que você quer, porque, se for, vale a pena.

PREÇOS A PARTIR DE APENAS R$ 120/mês

Junte-se a milhares de clientes satisfeitos que fazem a gestão de seus times com Oitchau