Empatia no trabalho, você tem exercido em relação aos seus colegas ou subordinados? Ela pode auxiliar de forma considerável na melhoria do clima organizacional da empresa, que é essencial para uma organização.
Aplicada em favor e entre colaboradores que compõem o capital humano, ela pode trazer bons frutos ao funcionamento da instituição.
Abaixo, conheça o que essa expressão significa e como ela é colocada em prática tanto dentro das empresas quanto para relações pessoais da vida privada.
Como praticar a empatia no trabalho?
Esse termo é traduzido como a prática do exercício de se colocar no lugar da outra pessoa e a partir disso procurar entender o porquê dos seus atos, pensamentos e formas de agir.
Ela leva em consideração a possibilidade de entender que as pessoas são influenciadas por aspectos particulares de suas vidas e de situações que lhes moldam enquanto indivíduos.
Ela pode evitar situações desagradáveis, evitar conflitos e criar um ambiente de trabalho muito mais confortável para o desenvolvimento de todos os empregados que podem se sentir acolhidos pelos seus colegas de trabalho e gestores.
A ação baseada nesse conceito promove grandes melhorias na vida pessoal e profissional. Quando alguém se coloca no lugar do outro o julgamento prévio dá lugar à compreensão e traz importantes reflexões.
Já o empregado que se sente alvo de ações empáticas passa a se ver como parte da empresa. Outro ponto de destaque em relação aos colaboradores é que eles buscam fazer o mesmo em relação aos outros e buscam a melhoria das interações.
A jornada de trabalho, acontecendo em equipes, é alvo de ótimos reflexos que tendem a aumentar a produtividade e a qualidade das atividades ao mesmo tempo em que novas ideias podem ser sugeridas.
Esse último aspecto é decorrente do fato de que o empregado passa a se sentir mais confortável e compreendido pelos seus colegas e gestores.
Quais os principais passos para tornar o ambiente da minha empresa mais empático?
Existem 03 passos que são essenciais para que uma empresa tome uma postura empática e nós apresentamos cada um deles em detalhes abaixo. Confira e não deixe de levá-los em consideração na construção de uma organização melhor!
Autoconhecimento
O primeiro passo na busca de ações com caráter empático condiz ao autoconhecimento. É preciso entender que é impossível possuir a capacidade de se colocar no lugar do outro quando nem mesmo o próprio colaborador se conhece devidamente.
É importante que cada um conheça seus próprios pontos fracos e fortes, sentimentos e emoções.
Considere para isso a disponibilização de psicólogos ou mesmo a contratação deles para trabalhos pontuais dentro da empresa, com palestras e ações que despertem o autoconhecimento dos trabalhadores da empresa, inclusive dos gestores.
Demonstre interesse em ouvir
Não existe qualquer possibilidade de se tornar empático sem que seja colocado em prática o costume de ouvir. Isso significa ouvir de verdade, o que dispensa interrupções e mudanças bruscas de assunto que demonstrem o desinteresse.
É necessário entender que apenas estar no mesmo ambiente e ouvir não é suficiente. É preciso que se mostre vontade em escutar e que quando necessário se incentive a pessoa a se abrir.
Palavras que estimulem na continuidade do discurso são uma boa forma de praticar a empatia no trabalho e demonstrar que ali está presente um verdadeiro ombro amigo e confidente.
Isso significa evitar palavras de desestímulo à conversa, levantamento de dúvidas ou mesmo assunção da fala antes que a história ou relato tenha terminado. Isso pode minar qualquer tentativa de aproximação e afasta completamente a intenção empática.
Imagine que você está no lugar do outro
O último passo da aplicação da atuação empática necessita crucialmente do exercício de se colocar no lugar do outro para entender suas dores, vitórias, traumas e formação.
Todas as situações em que haja discordância de atitudes ou pontos de vista demandarão que se imagine como é estar no lugar daquela pessoa.
Tenha em mente que ideias diferentes e contrárias não transformam a outra pessoa em um inimigo ou abalam seu caráter, apenas podem estar refletindo situações pelas quais o indivíduo já passou.
Além desses pontos citados existem outros que fazem parte da atuação baseada nesse sentimento de compartilhamento de experiências e do exercício mental de se colocar no lugar das outras pessoas. São eles:
- Buscar adotar um tom alegre e descontraído quando o clima se mostrar tenso. Isso pode ser colocado em prática por meio de mensagens divertidas;
- Incentivar uma cultura em que experiências de vida sejam compartilhadas auxilia os colaboradores na adaptação na empresa e a serem mais transparentes e até mesmo mais extrovertidos;
- Não expor ou compartilhar problemas alheios que foram compartilhados com você ou pressionar o colega ao qual eles se relacionem a dividi-los com os demais;
- Pergunte como é possível ajudar;
- Entenda que existem diversos fatores que fogem do controle das pessoas, como problemas em casa, doenças, problemas de trânsito, etc. e demonstre que essas situações são compreensíveis.
- Disponibilize profissionais da psicologia que possam orientar empregados com problemas emocionais a fim de evitar a fadiga emocional que é ilustrada pelo sobre carregamento psicológico decorrente dos problemas alheios.
Por que desenvolver a empatia no trabalho?
Existem muitos aspectos que justificam a adoção de políticas empáticas no interior de uma empresa e que podem fazer toda a diferença em relação à qualidade dos serviços realizados.
Confira quais são e não deixe de levá-los em consideração para ter uma empresa modelo e que seja sinônimo de qualidade externa e interna.
Atração dos melhores profissionais do mercado
Uma empresa que exerce atitudes empáticas tende a atrair os melhores profissionais do mercado que se interessam em trabalhar em uma organização que respeita seus empregados e que trabalha de forma a valorizá-los.
Melhoria do clima da organização
Os empregados que se colocam uns nos lugares dos outros passam a se entender melhor e a realizar trabalhos de equipe com maior qualidade.
Outro ponto que se destaca nesse aspecto é que a criatividade tende a aflorar e novas soluções são propostas, melhorando a empresa no geral.
Limitação da evasão
Quando os colaboradores se sentem alvo de empatia no trabalho e de valorização pela empresa eles passam a se interessar mais pela instituição e suas atividades. Isso diminui o número de evasões e de necessidades de novos processos seletivos.
Essas são apenas algumas das qualidades que ações empáticas tendem a oferecer às empresas. Não deixe de colocar esse sentimento em ação e de incentivá-lo dentro da sua instituição privada!
Empatia é importante, mas requer cuidados
A empatia no trabalho é de extrema importância, contudo requer alguns cuidados, pois, em caso contrário, pode ter efeito negativo. É isso que explica Denis Pincinato, especialista em Psicodrama das Organizações.
Segundo Pincinato:
“Na utilização da empatia, seja no ambiente profissional ou pessoal, temos que tomar cuidado com algumas armadilhas. A complacência é a primeira delas. Ao conhecer melhor a história de seu colaborador e conseguir se conectar emocionalmente, é possível que você seja menos rigoroso em algumas situações. O fato de você conhecer suas origens e entender como ele pensa e age não quer dizer que você deva “deixar para lá” quando cometer algum deslize ou entregar algo diferente do que foi combinado”.
Portanto, por mais que a empatia no trabalho – bem como em outros locais – exija que se coloque no lugar do outro, isso não quer dizer que se deve “passar a mão na cabeça” dos colaboradores que incorram em erros.
É possível entender porque eles chegaram até lá, mas isso não quer dizer que orientações ou mesmo eventuais punições não possam ser colocadas em prática. Em caso contrário, a própria gestão se torna inaplicável.
Outro ponto que o especialista declara ser uma armadilha no uso da empatia é a possibilidade de que a identificação com um colaborador faça com que o gestor o proteja. É o que ele chama de paternalismo, veja:
“O paternalismo é a segunda armadilha ou também podemos chamar de “queridinho do papai / queridinho da mamãe”. A conexão alcançada através da empatia pode fazer com que você privilegie um colaborador sem a utilização de critérios justos”.
Mas como evitar que isso ocorra?
Pincinato dá dicas para isso:
“Para não sermos nem complacentes e nem paternalistas, devemos lembrar que existem critérios de avaliação e de justiça que devem ser utilizados para nortear nossas ações. Caso você esteja infringindo seus critérios, provavelmente você está beneficiando alguém apenas pelo lado da emoção e outras pessoas não aprovarão sua atitude”.
Por fim, segundo o especialista há um terceiro risco na aplicação da empatia – isto, claro, caso ela não seja desenvolvida de forma orgânica e caso os gestores não tenham as devidas orientações para fazê-lo – que se revela na falta de ação.
A falta de ação é a terceira armadilha. Quando a conexão com a outra pessoa se torna muito grande a ponto de você se identificar plenamente com seus problemas e aflições, é possível que você não consiga sair do estado do “muro das lamentações”.
Para evitar esse terceiro perigo, então, Pincinato indica que:
“precisamos estabelecer conexões, porém não podemos nos transformar no “outro”.
É sempre importante lembrar que o problema é “dele”, a indecisão é “dele” e que você está vendo tudo isso “de fora”. Ter clara essa divisão permite que você consiga direcionar seu interlocutor para a ação, ao invés de ficar apenas na lamentação”.
Conclusão
A empatia no trabalho pode transformar o ambiente profissional, melhorar as relações e facilitar a gestão. Contudo, para isso, é necessário que os gestores tenham cuidados nos limites de identificação e nas ações que decorrem disso.
Por isso, é imprescindível que a ação de gestão seja empática ao mesmo tempo em que deve contar com inteligência emocional. Ainda, o exemplo deve vir de cima para que, então, a empatia se desenvolva na empresa e esteja presente beneficamente.