Todos os produtos que consumimos diariamente, sejam eles duráveis ou não duráveis, têm seu valor definido com base em diversos aspectos relacionados aos investimentos e gastos demandados pela sua fabricação, transporte e conservação, por exemplo. A eles dá-se o nome de fatores de custo.
São diversas as questões que se tornam relevantes no momento em que o preço de um produto é determinado. A variação de seu valor no mercado, inflação, aplicação de descontos e outros se relacionam a estes aspectos.
É possível mensurar e conhecer todos os fatores ou alguns são de cunho subjetivo? Como identificá-los e como é possível chegar ao valor final de um produto? Essas são perguntas que serão devidamente respondidas abaixo.
A determinação desses valores é de extrema importância para que os produtos sejam valorados dentro da cadeia comercial, saindo da indústria, chegando até a mesma dos consumidores.
Continue acompanhando para entender como funciona a precificação e valorização ou desvalorização de um produto perante o mercado.
O que são fatores de custo?
Conforme já brevemente demonstrado anteriormente, a formação do preço de venda de um produto é uma operação complexa que deve levar em conta diversos fatores. Não raro muitas empresas encontram problemas para fazê-lo, é comum que as despesas de produção incluam taxas fixas e outras variáveis.
A precificação pode se tornar até mesmo um problema. É necessário que o produto seja corretamente precificado.
Caso contrário, poder-se-á desenvolver duas hipóteses: a primeira delas corresponde ao prejuízo da empresa que repassa um produto por um valor não condizente ao investimento em sua produção; o segundo deles, implica na ausência de circulação dos produtos ante seus preços exagerados, que não decorrem de diferencial suficiente, diante da concorrência.
Sendo tão importante o processo de estabelecimento de preços para produtos e as variações desses custos, é igualmente crucial que sejam conhecidos os fatores que podem alterar no montante pelo qual eles são comercializados no mercado.
Para isso, abaixo separamos os principais aspectos relacionados à precificação que devem chamar a atenção das indústrias para garantir a correta comercialização do produto.
Tipos de fatores de custo
São vários os tipos de fatores que influenciam, diretamente ou indiretamente, sobre os valores dos produtos. Confira, abaixo, os 06 principais aspectos relevantes quanto ao desenvolvimento do preço de comércio aplicado à produção industrial.
1. Custos diretos de produção
Conforme o nome desse fator já indica, ele é diretamente ligado à produção. Sua relação se dá com a quantidade de produção que é realizada que exige mais ou menos gastos.
Considere uma empresa que aumente a produção mensal. Para isso, será necessário contratar mais mão-de-obra, disponibilizar mais espaço e melhores instalações, pagar maior número de impostos. O número de materiais que deverão ser obtidos como matéria-prima aumenta, assim como os gastos de energia e de transporte e armazenamento dos produtos.
Uma empresa que diminui sua produção ou a mantém sempre em patamares discretos, terá menos necessidade de pessoal, espaço, energia, matéria-prima e investimentos referentes aos fretes e outros.
É por isso mesmo que os custos diretos da produção são considerados como fatores de custo variáveis da indústria.
2. Custos indiretos de produção
Existem outros gastos que são impostos às empresas e que independem do grau de produção da unidade industrial em certo período. Não decorrem do aumento ou limitação de produção e de vendas, mas ocorrem independentemente destes.
Eles são chamados de custos indiretos de produção, vez que são diametralmente contrários aos do item anterior.
Mas o que são esses gastos? Embora o nome possa enganar e leve a crer que são custos que não decorrem da empresa, em verdade eles se relacionam a ela, apenas não possuem reflexos na e da produção.
Um bom exemplo condiz aos altos salários que são pagos aos executivos ou aos empregados com cargos de gerência e direção. Nesse caso, mesmo que a produção do mês diminua, de forma que a circulação de valores se limite, os salários continuarão iguais.
Outro exemplo corresponde à depreciação constante do maquinário, cujo afastamento da data de fabricação e o tempo de uso influenciam.
3. Despesas fixas
Além das despesas acima citadas, outro dos importantes fatores de custo da indústria que influenciam sobre a precificação dos produtos condiz às despesas fixas. Existem gastos que a empresa terá que fazer sempre e não terão variações.
Aqui estão incluídos, por exemplo, os aluguéis, softwares de uso e outras despesas administrativas que possuem um custo pré-estabelecido mensalmente. É crucial que os produtos finais da empresa considerem esses gastos, pois caso contrário o prejuízo será certeiro.
Essas despesas sempre estarão presentes, de forma que o produto que não as cobre impede que elas sejam pagas devidamente e obsta, assim, a possibilidade de lucro da empresa, o fluxo de caixa ideal e o crescimento industrial.
4. Margem de contribuição
A margem de contribuição diz respeito à possibilidade de cobrir gastos e quitá-los devidamente e permitir o lucro da empresa, sem o qual é impossível o crescimento das operações e o estabelecimento da indústria.
Outro dos fatores de custo da indústria leva em consideração a necessidade de lucro, não sendo possível se ater apenas às despesas decorrentes de gastos fixos, variáveis e invariáveis.
Para isso, a empresa deve ter um bom controle de todos os gastos que realiza, com planilhas e planejamentos bem estruturados. Então, para mensurar um lucro, deve ser diminuído do valor pretendido do produto aqueles referentes às despesas.
5. Pesquisa de concorrência
Outro fator que sempre irá influenciar no custo final de um produto está diretamente relacionado à concorrência e à forma como ela comercializa suas próprias mercadorias.
Sempre que existem outros produtos semelhantes nas localidades em que uma indústria vende os seus, ela deverá observar os valores com que a concorrência os vende, mas não só isso!
Para poder ser comparada aos demais produtos para basear seu preço, a mercadoria deve poder ser comparável quanto à sua qualidade e aos seus diferenciais em relação às outras.
Considere que o produto da concorrência possui menor qualidade ou que não tem o mesmo potencial que o seu para se destacar no mercado, seja por marketing, qualidade de embalagem e chamariz dela e outras questões. Assim, faz sentido comercializar a sua mercadoria, no mínimo, pelo mesmo valor (caso isso seja possível se levando em consideração todos os fatores de custo anteriores).
Parece razoável que o seu produto, quando se mostrar superior, seja comercializado com valores igualmente superiores.
É indicado que em algumas situações, que temporariamente, os produtos sejam comercializados por valores menores em relação ao mercado geral quando se estiver diante de concorrência que já é ali estabelecida em razão da antiguidade, por exemplo.
6. Incentivos fiscais locais
É muito comum que os governos ofereçam incentivos fiscais às empresas que se estabelecem dentro de suas competências locais. Eles oferecem a diminuição de impostos frente à garantia de que a indústria vai ali se estabelecer.
É possível considerar os incentivos fiscais locais como fatores de custo da indústria, pois podem diminuir o valor final dos produtos!
A indústria, assim, deixa de ser obrigada a pagar uma despesa (completa ou parcial, por tempo delimitado previamente) relativa aos impostos. Esses gastos que foram evitados, então, podem ser repassados ao valor do produto, que será limitado.
Ressalte-se que esses incentivos fiscais podem ser oferecidos pelo Governo Federal, quando se trata de multinacionais que desejam se instalar no país, e estaduais e municipais.
Todos esses são fatores que influenciam nos valores dos produtos e devem ser considerados na estipulação do preço final da mercadoria. É importante que nenhum deles deixe de ser considerado, sob o risco de que haja prejuízo à empresa e organização industrial.